sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mais uma péssima ideia que leva ao desmame precoce!

O leite em pó foi introduzido no Brasil pela Nestlè em 1923 e rapidamente foi associado a alimentação de bebês. Rapidamente as formulas evoluíram e deixaram de ser apenas leite de vaca em pó, passando para compostos que poderíamos chamar de suplementos alimentares.
Na década de 70 a Nestlè começou iniciou a comercialização de leites modificados para lactantes. Com o intuito de difundir seu produto distribuiu muitas latas gratuitamente e indiscriminadamente. O resultado foi que as mulheres, com pouco acesso a informação e induzidas pela força da propaganda, acreditaram que o Leite Artificial era melhor para seus filhos do que o seu próprio leite. Um leite artificial, ou poderíamos dizer suplemento, que tem grande importância no caso de mulheres que não podem amamentar e encontram-se em situações extremas onde não tem acesso a banco de leite, possibilitando assim salvar a vida de bebês, acabou transformando-se em um produto que levou, e ainda leva, ao desmame precoce de muitos bebês, prejudicando a saúde destes.
Em 1979 uma declaração conjunta da OMS e UNICEF alertou como o desmame precoce estava contribuindo para o aumento da mortalidade infantil e em 1981, 118 países, entre eles o Brasil, assinaram o Código Internacional de Substitutos do Leite Materno, buscando entre outros pontos cessar a distribuição gratuita e de baixo custa a serviços de saúde e à grávidas.

A distribuição gratuita cessou, mas infelizmente a crença de que o leite artificial seria melhor do que o materno não. Talvez o motivo vá mais além do que uma propaganda maciça de empresas interessadas em aumentar o lucro. A sociedade capitalista, baseada no consumo e no individual ajudou a distorcer alguns instintos do seres humanos. A mãe deixa de confiar no seu corpo e seus instintos naturais, passando a dar mais valor ao que é externo e artificial. As tecnologias nessa sociedade do “ter” possuem mais valor do que o natural, que faz parte do valor ao “ser”.

No mês de maio a Nestlè lança no mercado mais um produto que continua a desistimular o aleitamento materno. O leite artificial para lactantes que deveria ser utilizado apenas sobre orientações médicas específicas e restritas, tem mais uma forma de ser popularizado. Agora será vendido em capsulas que podem ser preparadas como se fossem café expresso.

O custo das cápsulas de leite é altíssimo e a empresa defende o produto dizendo que é simples, higiênico, seguro e intuitivo. A idéia é que as mães vão preparar a mamadeira como se preparassem seu café da manhã, em máquinas de café expresso para as residências, ou quem sabe as cafeterias poderiam oferecer o Leite Para Bebês como mais um produto.

Esqueceram apenas de dizer que mamadeiras preparadas como café expresso não conseguem transmitir amor, carinho e confiança aos bebês, como o aleitamento materno. Sem contar que o Leite Artificial não consegue nem mesmo se aproximar das qualidades nutricionais do leite materno e nem tenta reproduzir o fator protetor dos anti corpos transmitidos aos bebês pelo leite das mães.

2 comentários:

  1. E cada vez mais querem podar o papel da mãe na maternidade... :s

    Mariana Mãe da Laura
    dalaula.blogspot.com

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  2. Cada vez mais o homem usa a tecnologia de forma inadequada, tentando ser inovador mergulha no absurdo de lucrar com o desnatural desmame precoce, triste porém real. Não é por acaso que se diz que o "dinheiro é a raiz de todos os males", a ganância em lucrar leva a estes absurdos, atitudes insanas.
    Nosso desafio torna-se maior: sensibilizar as mães e seres humanos para enxergarem e posicionarem-se contra essas iniciativas que promovem a doença.

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