quinta-feira, 27 de junho de 2013

O pediatra mandou dar ferro para meu filho, será que precisa mesmo?!

Essa é uma pergunta super comum nos grupos de mães e amamentação do facebook! Toda mãe deveria fazer essa pergunta sempre! E vou ressaltar, não é porque a mãe deve sempre duvidar do pediatra, e sim porque ela deve se corresponsabilizar pela sua saúde e a saúde do seu filho, e parte desse processo é ter a informação, entender o que está acontecendo e assim tomar as melhores decisões para a sua família. É o empoderamento colocado em prática!

Então vamos entender melhor essa história do ferro!!

O primeiro ponto é que a amamentação deve ser exclusiva até o seis meses!! Isso significa que bebês a termo e saudáveis não tem motivo nenhum para tomar ferro ou qualquer outra vitamina, complemento ou remédio!

Depois dos seis meses o Ministério da Saúde, observando as principais doenças em crianças até dois anos, criou um programa de suplementação de ferro no país todo, chamado Programa Nacional da Suplementação de Ferro. Esse programa aborda as crianças de 6 a 18 meses, gestantes a partir da 20a semana e mulheres até o 3o mês pós-parto.

Esse programa tem como principal objetivo prevenir as doenças, por isso as crianças devem começar a tomar antes de apresentar algum sinal de anemia ou baixa de ferro no sangue!

Quando devo começar a dar o ferro para meu bebê?
Depois dos seis meses, idealmente junto com o início da transição alimentar!

Até quando a criança deve tomar o ferro?!
Até os 18 meses, lembrando que além da suplementação preventiva, deve-se sempre buscar uma alimentação saudável e a ingesta de alimentos facilitadores da absorção de ferro, como alimentos ricos em Vitamina C, bem como evitar os dificultadores, como refrigerantes e chás.

Fonte de informação:
Manual operacional do Programa Nacional de Suplementação de Ferro / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. - Brasília : Ministério da Saúde, 2005.

Manual de orientação: alimentação do lactente, alimentação do pré-escolar, alimentação do escolar, alimentação do adolescente, alimentação na escola / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. - São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 2006.


sábado, 22 de junho de 2013

Um convite para o gigante que acordou!


Hoje o texto do blog vai fugir um pouquinho do nosso tema. Quer dizer, talvez nem tanto assim, já que fala das muitas lutas e defesas que já fiz nesse blog e na rua junto com muitas de vocês! O certo é que eu precisava compartilhar isso tudo com muita gente, não sei bem porque, talvez descubra depois... mas vamos ao texto!

Um convite para o gigante que acordou!


Se você faz parte desses que acordaram agora e se somam aos que há muito não dormem, para criarmos esse gigante, venho te fazer um convite.
Topa continuar mudando o Brasil?! Topa construir uma nova forma de se fazer política no nosso país?!
Se sua resposta foi sim, vamos começar pelo debate no espaço virtual?!

Eu gosto de um bom debate e adoro gente que debate comigo, com argumentos, concordando e discordando!

Há muito tempo os amigos e colegas de militância já me conhecem pelos textos e e-mails longos! Esse não vai ser diferente! Vou me apresentar depois, mas já queria adiantar isso e incluir a leitura como extensão do convite!

Diante dos acontecidos das últimas semanas queria apresentar a vocês minha opinião, minhas percepções e análises e algumas dicas que acho que podem nos ajudar a avançar junto! Topa debater esse texto, concordando ou discordando do que eu colocar?

As manifestações começaram por causa do aumento da passagem em SP. Com pauta clara e definida, foco e direção de um movimento social, o MPL! Tomaram fôlego após repressão violenta da Policia, instrumento repressor do Estado. Muitos foram as ruas, contra o aumento das tarifas e em contra a repressão violenta e desproporcional da polícia, em um país democrático. As manifestações se espalharam em diferentes cidades e com apoio de brasileiros em diferentes partes do mundo. Foi rápido, já que aprendemos a usar uma nova ferramenta de organização, as mídias sociais, em especial o Facebook (aprendizado esse que muitos europeus já estão passos a nossa frente). Nos últimos 10 anos o Brasil teve grandes conquistas sociais, mas também deixou de avançar em muitos aspectos. Os brasileiros pediam então mais. Mais direitos!!! A indignação com os altos custos da copa também mobilizou muita gente! Cada um foi defender a sua opinião ou bandeira/pauta, como costumamos dizer. Alguns tentaram despolitizar o movimento, confundindo as pessoas com pautas sem objetivo, sem direção. Outros tentaram politizar e organizar o movimento! Movimento organizado tem mais chances de conseguir resultados! Tanto que a principal pauta vitoriosa foi aquela que tinha foco, organização e liderança – a diminuição da passagem. Outros tentaram se aproveitar do movimento para destruir a cidade ou roubar. Talvez conscientemente, talvez incitados pela massa, talvez desavisadamente, talvez numa explosão de extravasar a indignação que ainda não tinha muita direção. Os mesmo que queriam despolitizar o movimento antes aproveitam agora as imagens de violência para assustar os brasileiros e nos tirar da rua! Tentam não enfatizar os enormes ganhos que tivemos! Fomos as ruas, unidos e tivemos grandes conquistas!! Ir as ruas muda as coisas! Mas o que aparece na televisão é que ir as ruas é perigoso, leva a violência. Estranho no mínimo! Eu vou me focar nos ganhos que tivemos! Aprendemos que a mobilização popular tem força! Acontece que as passeatas, um importante instrumento de luta e reivindicação, começam a perder sua força em muitas das cidades. Você que está chegando agora vai aprender logo que temos vários instrumentos de luta, mas todos têm suas potencialidades e seus limites. Perdem a força exatamente porque caem na desorganização, despolitização e não conseguem dialogar com a sociedade. As manifestações e passeatas não conseguem definir o que querem, portanto fica difícil ver os ganhos e avanços, só aparecendo a parte da violência. Acredito que agora é hora de reagrupar, reorganizar! Talvez mudar de instrumento, talvez estabelecer foco, talvez nos dirigirmos a outro grupo. Não tem resposta certa agora, cada cidade vai ter que definir seu caminho e Belo Horizonte tem feito isso organizando assembleias! E apesar da violência da policia novamente, acho que essa forma de organização e unidade tem funcionado! Agora é estar junto nos próximos passos!


Dica 1 - Aprenda a fazer análise de conjuntura - isso é, junte todos os fatos e interprete os dentro de um contexto mais amplo, admitindo sempre que você mesmo influencia a análise com as suas crenças ou ideologias – o que fiz acima foi o resumo de uma análise de conjuntura e acho que esse vídeo pode ajudar a entender mais algumas coisas – MAS POXA VIDA


Não concorda com a minha análise de conjuntura? Ótimo! Porque não concorda? Qual a sua opinião? Concorda, mas acha que esqueci de algumas coisas importantes? Ótimo! O que ficou faltando?

Agora, para concordar ou discordar é necessário saber do que está falando ou escrevendo. E nos dias de hoje, com a rapidez que as informações circulam temos a tendência de dizer que somos a favor ou contra algo sem nem mesmo ter tempo de entender toda a extensão “desse algo”! Já se perguntou como o que defende pode afetar a sua vida, a sua cidade, o seu país? Já se perguntou se o que defende trás benefícios para toda a população ou uma parcela pequena da população? Já se perguntou qual parcela da população quer defender? Quem defende o mesmo que você, diz o que? Quem é contra, fala o que? Estudou e leu opiniões contra e a favor, sem usar uma única fonte de informação? Não vale também ler só a manchete ou o título do post do facebook!

Se a sua resposta foi sim, vamos ao debate!!!

Dica 2 – Informe-se - estude e entenda muito bem o que está defendendo. Formule a sua própria opinião e tenha argumentos para sustentá-la, sem nunca abrir mão de aprender e de ouvir quem tem outras opiniões.

Nossas opiniões são coisa séria! Quando afirmamos algo temos que entender o que estamos afirmando ou defendendo! Caso contrário, seremos manipulados pela opinião de outros que entendem o que estão falando. Vou exemplificar a importância disso com algumas situações que observei nas manifestações.
Algumas pessoas que carregavam cartazes afirmando ser contra a PEC 37, ao passarem em frente ao Ministério Público, pararam para vaiar. A vaia é uma manifestação de descontentamento, certo? Mas essas pessoas diziam defender o Ministério Publico, concordando que ele deve manter o seu poder de investigação, isso é, são contra a aprovação do Projeto de Ementa Constitucional 37, a favor do que o Ministério Publico quer. Essas pessoas me demonstraram que não sabiam o que estavam defendendo! Concordam?

Outras pediam o Impeachment da Dilma. No entanto, ao serem questionados o porquê a presidenta deveria ser retirada imediatamente do seu cargo, em uma situação excepcional no nosso regime democrático não conseguiam explicar onde estava a gravidade dos seus atos contra o país. Se questionados quem ficaria no lugar da Dilma, muitas vezes não sabiam quem seria o vice presidente! Tudo bem, eu sou a favor da Dilma e você é contra. Acontece que vivemos numa democracia indireta, nosso representante é eleito pelo voto direto, talvez faça mais sentido disputar nas eleições, no voto, a saída da Dilma não?! Assim como faz em Belo Horizonte o movimento Fora Lacerda! Eu vou disputar pela permanecia da Dilma na presidência e pelo Lacerda fora de qualquer cargo em Belo Horizonte e Minas Gerais, no voto, conquistando votos, fazendo campanha!

E por fim, a situação mais grave de todas! Um coro de “sem partido” tomou conta das manifestações. Inicialmente queria dizer que a pauta defendida, a diminuição da tarifa, era uma pauta de todos e não desse ou daquele partido! Ótimo! É verdade! Uma pauta raramente é exclusividade de um partido. Aliás, ela tem mais chance de dar certo se muitos partidos e movimentos sociais a defenderem! E sim, é melhor que não seja apenas um a frente das reivindicações ou tomando decisões, o que não significa ausência de liderança! 
O problema todo foi quando o partido passou a ser um inimigo. Quando militantes de um partido começaram a ser agredidos fisicamente e impedidos de participarem das manifestações! Acontece que esses militantes já participavam dessa e de muitas outras manifestações há muito tempo! E como todos os demais têm todo o direito de estarem ali!

Os partidos e movimentos sociais são formas de nos organizarmos, formas do povo brasileiro se organizar! 

O partido não tem vida sozinho como ser inanimado e nem é apenas o político eleito, o partido são as pessoas, o povo, que o compõe, que nele militam! Podem sim existir outras formas de organização e outras podem ser criadas! Mas não significa que partidos e movimentos sociais vão deixar de ser legítimas! O Partido disputa também as eleições dentro da nossa forma de organizar a democracia. Tudo bem que você esteja descrente com todas as organizações partidárias e movimentos sociais, é seu direito! Mas isso não significa que as pessoas que compõe esse ou aquele partido não têm direito de estar nas ruas defendendo o que acreditam! Sim, não deixem que nós, brasileiros que escolhermos nos organizar em um partido, sejamos os únicos a liderar as manifestações! Estejam presente! Participem! Sejam lideranças!

E mais, rechaçar os partidos e dizer que eles não devem existir de forma alguma é dizer que não concorda com a nossa atual forma de governo. Tudo bem se você realmente quiser dizer isso! Mas entenda, se não quer uma democracia, com representação indireta, presidencialista, o que quer? Que eu saiba, de todas as formas das sociedades se organizarem até hoje, apenas nas formas de governo totalitárias, como a Ditadura e a Monarquia, não existem partido. Eu pessoalmente não quero voltar a nenhuma delas! Você defende uma dessas duas ou acredita que outra forma de organização da sociedade, sem partidos, deve ser criada?

O discurso do gigante que acorda e não precisa de partidos, já que os partidos são corruptos e não fazem o país avançar é o mesmo discurso usado para justificar o golpe militar de 1964. Foi desse argumento que instituíram o AI-5 – proibindo os brasileiros de se organizarem! Foi ai que por 20 anos brasileiros foram torturados e assassinados em nome do progresso. Não é exagero! Volte aos livros de história! Verifique você mesmo! Jogue no Google se for o caso! Converse com quem viveu a ditadura! Eu não vou repetir esse discurso de “sem partido” porque sem partido para mim significa sem a participação do povo. Eu não quero voltar a ditadura. E você, o quer?

Dica 3 - Não negue a história do seu país, aprenda com ela!!!

Perceba também que essas manifestações de hoje não surgiram por combustão espontânea de eventos no facebook. Elas estão em um contexto histórico, como tenho pontuado ao longo do texto! Isso é, são fruto da soma de todas as manifestações que temos feito nos últimos tempo! Nós quem? Os com-partido e os sem-partido que já estavam acordados!

Vou listar aqui as mobilizações que fiz só no último ano (em ordem alfabética, para não dizer que me confundi com as datas ou que existe alguma ordem de preferência)! E olha que essas são só as que me envolvi diretamente (cada uma de uma forma, com diferentes instrumentos - seja passeata, assinatura, mesa de debate, apoio, reuniões, escrevendo textos, construção dos movimentos, etc).

- 18 de Maio - Dia da Luta Antimanicomial - "Se não nos deixam sonhar, não os deixaremos dormir" - pautando especialmente contra as internações compulsórias e involuntárias;
- 8 de Março - Dia Internacional das Mulheres - que nesse ano teve como pauta central o repudio a Violência contra as Mulheres;
- Contra a Violência obstétrica;
- Contra as EBSERHs;
- Contra o aumento de salários dos vereadores de BH.
- Contra o Estatuto do Nasciturno;
- Eleições Municipais para prefeito e vereador em BH;
- Encontro Mineiros dos Movimentos Sociais;
- Financiamento do SUS - 10% do PIB para a saúde - pauta do Movimento Saúde +10;
- Fora Feliciano;
- Fora Lacerda;
- Greve dos trabalhadores da Prefeitura de Belo Horizonte;
- Marcha do Parto em Casa;
- Movimento da Humanização do parto;
- Ocupação Eliana Silva - em defesa da moradia urbana;
- Organização dos conselheiros de saúde em BH para uma intervenção de qualidade nas diversas etapas das Conferências de Saúde;
- Pela punição dos assassinos no Massacre de Felisburgo;
- Reforma Política;

Observe que essas são só as lutas que eu participei no último ano! Conheço e apoio ainda muitas outras causas e tenho certeza que existem outras tantas, legítimas, que não conheço! A lista ficaria enorme, mas acho que deu para entender o ponto né?! (Se não entendeu alguma das pautas que coloquei não deixe de perguntar e de estudar, especialmente antes de tomar um posicionamento).

Tem muita gente de muito partido e movimento social diferente defendendo a redução do preço das tarifas de transporte e o Passe Livre há muito tempo! É por essas e outras que dizemos que não estávamos dormindo! Estávamos muito acordados, mas acredite, cada um de vocês fez muita falta em cada uma dessas lutas! Eu senti falta mesmo e quero vocês ao meu lado agora! Com a sua opinião, seja ela qual for!

Dica 4 – ORGANIZE-SE – não quero dizer que tem que ser junto comigo! Pode ser da forma que você entender que é melhor, mas acho difícil alguém não concordar que as pessoas organizadas têm mais força e mais chances de atingir seus objetivos!

E ai? Parte do que eu falei fez algum sentido para você?

Quem sou eu?

Meu nome é Luísa da Matta Machado Fernandes, belorizontina, com 28 anos. Socialista, feminista, marxista e trotskysta (e eu sei o que significam todos esses "istas" - deu trabalho estudar, mas valeu a pena).

Cresci na contradição das minhas famílias, já que uma parte cresceu no quartel militar durante a ditadura e a outra liderava a resistência e oposição ao regime! Sempre procurei entender dos assuntos e sou muito crítica. Depois que entrei na universidade não parei mais de militar. Logo reconheci a necessidade de me organizar para poder somar as forças e procurei participar das entidades que considerava representativas, estar nos grupos/coletivos que expressavam ideias semelhantes as minhas e ao lado dos Movimentos Sociais dos quais me identifiquei com as pautas.

Fui da coordenação do DA FONO UFMG, da DENEFONO, DCE UFMG, UEE MG (para quem não sabe é o braço da UNE nos estados), Juventude Revolução (JR), Marcha Mundial das Mulheres, SINFEMG, Espaço Saúde MG (para quem não entendeu todas as siglas, ótima forma de começar, pergunte!!! Procure saber o que cada uma dessas entidades e coletivos defende e já organizou)

Minha bandeira de defesa principal e mais apaixonada é defesa do Sistema Único de Saúde – o SUS!

Hoje me organizo na Esquerda Popular Socialista (EPS) que é uma corrente interna do PT - Partido dos Trabalhadores e construo o Núcleo de Saúde do PT BH.

Essa apresentação tem o único objetivo de situar a todos de onde falo! Ser clara sobre isso, porque só com esse tipo de clareza podemos ter um diálogo aberto e franco, já que as minhas opiniões são fruto da minha história, que inclui como me organizei e como me organizo hoje!




quinta-feira, 20 de junho de 2013

Para que serve o ácido fólico?!


Já virou senso comum que todas as gestantes devem tomar o ácido fólico! Mas para que ele serve e quando deve ser tomado ainda são informações de pouco conhecimento das mulheres!

É aquela velha história, tomo porque o médico mandou! Mas a mulher informada, que deseja ser protagonista da sua gestação deve entender o que toma e por que! Não é para duvidar do médico, pelo contrário, é para poder se corresponsabilizar pela sua saúde!

Então, vamos a informação básica!!

- Para que serve o ácido fólico?!
Durante a gravidez, o crescimento fetal causa um aumento no número total de células em rápida divisão, exigindo maior aporte de folato. Caso a suplementação seja insuficiente desenvolve-se anemia megaloblástica. O ácido fólico é utilizado em combinação com o ferro durante a gravidez, mostrando-se efetivo para prevenir anemia e deficiências de ferro. O suplemento folato tem também forte poder protetor contra defeitos do tubo neural, ou seja a formação do sistema nervoso.

- Quem deve tomar?!
Todas as mulheres que estejam grávidas ou planejando engravidar!

- Quando começar a tomar?!
Se for uma gestação planejada, iniciar dois meses antes de começar as tentativas para engravidar! Se não foi planejada, iniciar assim que descobrir a gravidez!

- Até quando continuar tomando?!
O essencial é tomar nas 8 primeiras semanas de gestação, quando o sistema nervoso do feto está se desenvolvendo e suas multiplicações celulares são muito rápidas! Ou seja, após o primeiro trimestre não tem mais indicações.

- E se eu não tomar?! O que pode acontecer?! Meu bebê será prejudicado?!
Fique calma! O ácido fólico está presente em diversos alimentos e por isso já está presente na nossa dieta e no nosso corpo! Essa é uma indicação de prevenção, algo a mais! Não significa que não tomar cause algum mal ao bebê! O importante é continuar o acompanhamento do pré-natal, realizando todos os exames necessários!

- Fonte de informação:
Barbosa, Lorena. Fatores associados ao uso de suplemento de ácido fólico durante a gestação. Revista Brasileira de Ginecologia e obstetrícia. 2011.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n° 32) ISBN 978-85-334-1936-0 1. Atenção Básica. 2. Atenção à Saúde. Título. II. Série.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de assistências farmacêuticas e insumos estratégicos. Formulário terapêutico Nacional 2010: Rename 2010/ ministério da Saúde, secretaria de ciência, tecnologia e insumos estratégicos, departamento de assistência farmacêutica e insumos estratégicos, 2ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Violência Obstétrica – consequências de uma sociedade machista sob a escolha dos obstetras pelas mulheres


Em Belo Horizonte temos o privilégio e talvez a sorte de contar com a assistência ao Parto do Sofia Feldman. Um hospital público, referencia para todo o mundo no movimento da humanização do parto! Mas, infelizmente em outros hospitais, especialmente nos privados, a assistência humanizada ao parto não é política do hospital e sim depende do interesse do obstetra que acompanha a gestante e do empoderamento da mulher!

As doulas autônomas incentivam as gestantes a exercerem seu direito e terem seus filhos no Sofia. No entanto, muitas gestantes e suas famílias ainda tem grande resistência em frequentar a maternidade, por uma ideia distorcida do atendimento no SUS e por medo da localização da maternidade, em uma comunidade de baixa renda. Acontece que aqui na cidade temos apenas  um pequeno grupo de obstetras com os quais podemos contar para defender e exercer um acompanhamento humanizado durante a gestação e parto.

Quando digo humanizado me refiro a um profissional que entenda que a mulher é a protagonista do parto, que a auxilia no seu empoderamento ofertando informação e acolhimento, e que jamais a induza a uma cesariana desnecessária ou a submeta a um parto cheio de intervenções desnecessárias e ultrapassadas cientificamente.

E dentre esses profissionais a maioria são homens. Não consegui encontrar um dado que ateste se a proporção de obstetras homens e mulheres em BH ou no Brasil, então não sei se as mulheres médicas obstetras estão afastadas apenas do movimento de humanização ao parto em BH ou se temos mesmo mais homens do que mulheres na obstetrícia. Mas esse fato tem criado situações desconcertantes entre gestantes empoderadas! Esse ano já acompanhei duas que trouxeram essa questão.

Decidiram ter seu parto no Sofia Feldman, no entanto, desejam continuar o pré natal com um profissional de seu plano de saúde. Mas, não querem ser acompanhadas por qualquer profissional. Querem ser bem assistidas, sem ter que passar toda gestação desconfiando se seu médico está ou não falando a verdade e se não vai inventar algo que mine a sua confiança e te induza a uma cesariana desnecessária.

Acontece que essas mulheres não se sentem confortáveis com um obstetra homem. E ai a procura por uma obstetra mulher, que tenha esse perfil e seja do seu plano de saúde, torna-se mais difícil ainda. Pior do que procurar uma agulha em um palheiro!

Fiquei muito intrigada com essa situação! Não da falta de obstetras mulheres, mas da dificuldade de mulheres empoderadas e informadas serem cuidadas por um obstetra homem. É verdade que os exames realizados e os assuntos discutidos são muito íntimos, no entanto, se procuramos um profissional capacitado não deveria importar seu gênero.

O que acontece então!?
Será que eu aceitaria um obstetra homem?!

Não sei ainda como me comportaria. Isso porque sou também fruto desta nossa sociedade machista, onde nos acostumamos ao fato de que até profissionais de saúde, durante uma consulta, sentem se livres para violentar uma mulher. E na cultura do medo e da culpabilização da vítima, nós mulheres somos ensinadas desde pequenas a nos proteger, fugindo de situações que tem o potencial de ser perigosas, ou seja, de nos colocar em uma situação vulnerável onde o homem pode nos violentar.

Violentar?! No obstetra?!
Alguém pode estar se perguntando sobre isso! Ou achando o texto ridículo! Ou achando que estou falando de casos absurdos e exceções extremas!
Não! Estou falando de questões que cercam o nosso dia a dia. Estou falando do nosso medo que foi fantasiado como pudor e educação!
Estou falando da violência obstétrica a que a mulher está sujeita antes, durante e depois do parto.
Estou falando da certeza da impunidade que os homens que praticam essa violência têm e que faz com que nós mulheres façamos a transferência do medo para todo e qualquer homem, mesmo que nunca tenha praticado nenhuma violência contra a mulher.
Estou falando do fato de nem sequer conseguirmos reconhecer essa violência obstétrica, que é encoberta como a frieza e profissionalismo ou algo normal para um homem.
Estou falando dos maridos das mulheres que não aceitam que se consultem com obstetras homens. Dizemos que são machistas, e são, mas também estão seguido seu instinto protetor. Querem proteger as mulheres que amam de passarem por uma humilhação que tem certeza que os homens são capazes de fazer e consideram com um comportamento normal

Além do abuso sexual físico, temos medo de sofrer o abuso sexual psicológico e a humilhação pública. Temos medo dos comentários cínicos que vamos ouvir. Temos medo das piadas sem graça que transformam as mulheres em objetos sexuais. Temos medo dos comentários desrespeitosos que serão realizados depois entre médicos e amigos.

E ai?! Até quando vamos continuar aceitando essa situação?! Até quando vamos continuar com medo de sermos violentadas por profissionais da saúde que deveriam zelar pelo nosso bem estar?!


Enquanto ficarmos caladas e não aprendermos a apontar cada uma das violências que nos mulheres sofremos por sermos mulheres, a situação não começará a mudar!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Distócia Emocional - O estado emocional da mulher pode atrapalhar o trabalho de parto?!


Sim, o estado emocional de uma mulher tem grande influência no desenvolvimento do seu trabalho de parto. Quando isso acontece chamamos de distócia emocional!

O que é a distócia emocional!?
É quando um trabalho de parto não evolui como deveria por questões psicológicas da mulher.

E essa “não evolução” pode levar a um trabalho de parto muito longo ou a liberação de hormônios de situações de estresse que interrompem a dinâmica uterina. A situação pode causar estresse ao bebê, diminuição do fluxo de oxigênio e consequentemente a necessidade de uma cesariana de urgência. Por isso a questão é grave e precisamos pensar em como prevenir a distócia emocional!

Como a distócia emocional se manifesta?!
Um caso típico é a mulher que sente uma dor absurda logo no início do trabalho de parto. É verdade que a dor é algo subjetivo, no entanto, podemos perceber quando ela é desproporcional à situação, concordam?! Por exemplo, uma criança que ralou o joelho e chora o mesmo tanto que a criança que quebrou a pena! Tem algo errado nessa situação! Provavelmente essa criança esta se comportando assim por algum outro motivo, válido e importante, ma

s não apenas pela dor! E precisamos entender o que esta acontecendo para melhor acolhê-lo!O mesmo vale para uma gestante no início do trabalho de parto que sofre com uma dor absurda durante as contrações, e às vezes fora das contrações. Uma dor maior inclusive do que a que a maioria das mulheres relatam sentir num período expulsivo, que se caracteriza por um trabalho de partointenso e contrações longas, quase sem intervalos entre si. Para essa mulher não adianta nem mesmo a anestesia! Inclusive a anestesia no início do trabalho de parto pode ser um complicador que leva a uma cesariana! Essa dor pode significar o medo de algo maior do que a da dor do parto! Medo, violência, desamparo, medo do que está por vir, medo do já aconteceu, medo de repetir! Como a mulher se preparou para essa dor? Como superar esse medo antes que vire uma distócia emocional? Como acolher essa dor durante um trabalho de parto? Diferentes técnicas psicológicas e de alívio não farmacológicas de alivio da dor, podem ajudar!

Outro caso comum é uma mulher que a dilatação não evolui ou a dinâmica uterina não é eficiente (isso é, as contrações permanecem curtas e com baixa intensidade). Sabemos que cada mulher tem sua evolução no parto e especialmente as primíperas podem ter uma evolução lenta, com um trabalho de parto demorado. Mas, se observamos que o trabalho de parto caminha bem, o tempo entre as contrações diminui e é ritmado, a mulher movimenta se livremente e escolhe as suas posições, não apresenta cansaço e exaustão do esforço, não está fraca por falta de alimentação, e mesmo assim, depois de horas não há evolução do trabalho de parto... Precisamos entender o que acontece! Já vi casos em que a mulher estava inibida com a presença de um médico homem, outros inibida com a presença do marido. Não sentiam se confortáveis com a sua nudez. Já vi casos que o trabalho de parto só evoluiu depois que a mulher saiu de sua casa. Isso porque em casa, com a presença da mãe e da sogra, o clima era tenso e ansioso, impedindo que a gestante se entregasse ao seu processo!

Podemos também observar a distócia emocional no período expulsivo do trabalho de parto. É normal no momento do expulsivo, pelos hormônios liberados para acelerar a saída do bebê, a mulher passar por sentimentos de euforia e pânico, numa alternância rápida e dinâmica. O problema é quando esse sentimento toma conta da mulher, instalando uma situação de medo, que impede que ela perceba o puxo e direcione as sua força, junto às contrações, para a expulsão do bebê, isso é, seu nascimento. É uma sensação de paralização e desespero, manifestado inclusive junto a uma desorganização no ritmo respiratório da mulher! Esse é um caso grave e dificilmente há tempo hábil para uma cesariana! A abordagem da equipe e dos acompanhantes será fundamental para que a mulher supere esse momento e consiga trazer seu bebê ao mundo!

O que podemos fazer durante essas situações?!
O primeiro passo é identificar a não evolução do trabalho de parto pela distócia emocional. Identificando a situação, doulas, acompanhantes e demais profissionais de saúde, precisam buscar as causas da distócia e procurar eliminá-la o mais rápido possível!

Se for algo no ambiente ou a presença de alguém, retirar a pessoa ou modificar o ambiente. Fazendo o que for necessário. Ajudar a mulher a concentrar se no seu trabalho de parto, usando a parte instintiva do seu cérebro, percebendo seu corpo é também muito importante. Para isso pode ser necessário mudar coisas no ambiente, como luzes, barulhos, posições e pessoas. Ou pode ser necessário um trabalho direto com a mulher. Ajudá-la a controlar a respiração. A compreender a dor como a chegada de seu filho e não algo que a ameaça. Abraçá-la se for necessário. Conversar e argumentar quando for o caso! Ficar em silêncio e evitar o toque se for esse o caso!

É sempre uma situação dinâmica e quanto melhor o acompanhante, a doula e o restante da equipe conhecerem essa gestante, quanto maior o seu vínculo, melhor, mais rápida e mais efetiva será a intervenção!

Mas o ideal é evitar que essa situação aconteça!
E como podemos fazer isso?!
O primeiro passo é a mulher informar se e preparar se para o seu parto!
Se ela for protagonista do seu parto, estará no controle da situação!
Deve entender o que vai acontecer, saber como lidar com a dor, e tirar da sua cabeça as imagens assustadoras de parto que vemos na televisão!

É importante que construa a sua imagem do seu trabalho de parto. O que deseja?! Como vai construir essa situação?!
São perguntas fundamentais e um bom ponta pé para a construção do seu Plano de Parto.

Importante também a mulher se perguntar de que ela tem medo! Já falei disso em outrotexto e acho esse um passo muito importante! Durante a gestação diferentes medos surgem na nossa mente e coração! Alguns que sempre tivemos e outros que não sabíamos existir. E reconhecê-los é fundamental para podermos trabalhá-los antes do parto. Mesmo que eles pareçam bobos ou sem fundamento, devemos ouvi-los e nunca ignorá-los!


Uma querida psicóloga que trabalha comigo sempre ressalta que é importante trabalharmos o nosso parto! Isso é, como nascemos?! O que aconteceu nesse dia?! Quais os medos, traumas e mitos da família?! Precisamos primeiro nos resolver, aceitar e entender como nascemos para podermos trazer outra vida ao mundo! Uma boa forma de começar não?!

terça-feira, 4 de junho de 2013

Voltando a Ativa!!!

Com muito trabalho fiquei um pouco afastada! Mas muito trabalho também traz novos conhecimentos e temas para debatermos aqui no blog! Nessa semana estamos de volta! Com textos todas as quintas nesse blog e noticias e videos todas as terças no Doulando uma Ideia!! Sem contar as postagens no Facebook! Curte a pagina também!