quarta-feira, 6 de abril de 2011

Transição Alimentar

  Quando o bebê chega aos seis meses, após esse delicioso período de amamentação exclusiva, começa o período chamado de transição alimentar. É a hora de introduzir novos alimentos e isso pode trazer muitas angústias para as mães. Esse sentimento vem das dúvidas, da importância de manter seu filho bem alimentado e da dificuldade em descobrir as preferências do pequeno!

O mais importante para diminuir essa angústia é lembrar que a transição alimentar é gradual. Não acontece de uma hora para a outra. Os novos alimentos não vão substituir o leite por ainda um bom tempo! Se tem uma coisa que criança sabe fazer é reclamar quando estiver com fome, então, não se preocupe muito. Se seu filho comer pouco e estiver com fome, logo vai se manifestar, desse jeito que você já conhece. E aí, não deixe de oferecer o tão querido peito! Uma dica importante é lembrar também de tornar os momentos da refeição descontraídos e agradáveis, sem muita pressão de que precisa comer uma determinada quantidade e sim com a ideia de que é uma experimentação!

Porque a introdução de alimentos deve começar aos 6 meses?
Essa é uma idade de referência. Não quer dizer que precisa ser exatamente no dia do aniversário de 6 meses. O que acontece nessa idade é que o corpo do bebê já começa a precisar de mais nutrientes do que o leite materno consegue oferecer sozinho. E nesse momento, após um bom tempo de amamentação, o sistema estomatognático do seu bebê já está pronto para receber novos alimentos e para continuar se desenvolvendo bem precisa começar a mastigar. Isso significa que a boca, língua, dentes, estomago e intestino do bebê estão preparados para receber os alimentos e exercer novas funções.

É o início de um aprendizado!

Então, logo que oferecemos o suco em um copinho com bico de pato (as mamadeiras não são necessárias!!!) eles não vão saber como sugar para sair o líquido. Vai demorar um tempo até entenderem que o movimento é diferente do que fazem no peito. E podem também fazer uma bagunça! Para isso os copinhos com válvula ajudam bastante.

O intestino pode demorar a voltar a funcionar regularmente. Vale investir em alimentos com fibras naturais para ajudar a manter seu ritmo!

A colher (de preferência de silicone, que são mais confortáveis) também será uma novidade. No início não vão aceitá-la ou não deixam colocar na boca e outros acabam sempre mordendo a colher. Outros bebês já querem eles mesmos segurar as colheres! O que é muito legal! A bagunça, mais uma vez, faz parte do aprendizado! Vá de vagar, oferecendo uma colher e deixando que ele segure a outra! Não coloque a colher toda na boca, já que os pequenos têm ainda no início da alimentação o reflexo de vomito anteriorizado. A melhor forma de oferecer é colocar a colher só na pontinha da boca/língua e apoiar no lábio superior para tirar a comida. Aos poucos eles vão começar a abrir o bocão e deixar a colher entrar toda na boca, tirando eles mesmo o alimento!

As diferentes consistências são muito importantes!

A hora é de experimentar... o gosto, a consistência e os pedaços!!!!
Então a comida não deve ser batida e sim amassada! Pequenos pedaços vão ajudar a criança a descobrir diferentes possibilidades na sua boca! É normal elas tirarem pedaços da boca para observar o que são!

A comida deve ser gostosa! Os bebês normalmente preferem comidas e frutas mais doces, já que o leite materno é mais adocicado! É importante introduzir os alimentos gradativamente, escolhendo um ou dois por semana. Assim, podemos observar melhor os gostos e possíveis alergias.

Aliás, evitar alimentos alergênicos (frutos do mar, gema do ovo, nozes...) é muito importante, pelo menos no primeiro ano de vida. Devem ser evitados nesse período também alimentos em grão, ácidos e açucarados, além das frituras. O tempero pode ser o mesmo usado no dia a dia da casa, mas com menor intensidade. Aos poucos, a quantidade do tempero pode aumentar, assim como a consistência dos alimentos vai passando de amassado para pedaços. Esse “aos poucos” é pela observação mesmo da mãe!

Não deixe de insistir no alimento algumas vezes antes de determinar se seu filho gosta ou não. Estudos falam em até 7 vezes. Mas se a recusa for grande, vale a pena deixar esse alimento de lado e voltar a oferecer só daqui umas duas semanas, evitando momentos traumáticos!

Ah! Lembre-se que se a criança estiver empurrando o alimento com a língua para fora não é porque não gostou e sim porque ainda não sabe mastigar e está imitando o movimento que faz com a língua ao sugar no peito. Aos poucos vai aprender a mastigar!

Uma dica legal é estabelecer desde o início uma rotina! Se o bebê for aprendendo aos poucos que naquele horário vai ter uma novidade na comida, vai passar a ver esse momento como um desafio prazeroso! O início de uma boa relação com a comida!

E por último, não se esqueça de oferecer os alimentos em um momento que estiverem com fome. Já que as crianças não sabem o que é comer por gula! No início vão comer bem pouquinho mesmo, e vai demorar até que substituam uma refeição pelo seio materno. Isso só vai começar a acontecer mesmo por volta de 1 ano, quando já estão comendo quase a mesma comida que os adultos da casa!

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